sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Aquecimento global antigo foi similar ao atual


                               

A taxa de emissões de carbono que aqueceu o clima da Terra quase 56 milhões de anos atrás foi muito mais parecida com o aquecimento global verificado agora do que os cientistas calculavam.



Segundo Gabe Bowen e seus colegas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, o aquecimento global do período Paleoceno-Eoceno envolveu dois "pulsos de carbono" lançados na atmosfera.

E os dois pulsos parecem ter acontecido por eventos "endógenos", ou seja, de processos do próprio planeta, não envolvendo a queda de asteroides ou cometas.




As causas mais prováveis incluem o derretimento do gelo de metano aprisionado no fundo oceânico - os chamados clatratos - ou a liberação também de metano por um vulcanismo intenso.

Segundo a equipe, isto traz notícias boas e ruins. A boa notícia é que a Terra e a maioria das espécies vivas na época sobreviveu. A má notícia é que levou milênios para que a Terra voltasse ao nível climático anterior.

"Há uma observação positiva na medida que o mundo persistiu, ele não acabou em chamas, ele tem um mecanismo de autocorreção e voltou ao normal sozinho," disse Bowen. "No entanto, neste caso levou quase 200 mil anos antes que as coisas voltassem ao normal."

Clima diferente

Porém, Bowen ressalta que, naquela época, o clima global já era muito mais quente do que o atual - não havia, por exemplo, coberturas de gelo nos polos. "Assim, isso aconteceu em um campo de jogo diferente do que temos hoje," afirmou.

Foi nesta época, por exemplo, que surgiu a maior parte dos mamíferos e que os oceanos adquiriram a acidez que apresentam hoje.

E as coisas parecem ter sido muito mais dramáticas: no chamado Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno as temperaturas subiram entre 5 e 8 graus Celsius - atualmente os ambientalistas lutam para limitar o aquecimento global a 2º C.


                                         


Aquele aquecimento parece ter sido gerado por duas liberações de carbono, com durações de até 1.500 anos, o que, segundo a equipe, descarta explicações anteriores do impacto de um asteroide ou cometa para justificar o evento.

Regulação natural e intromissão não natural

A equipe chegou a estas conclusões monitorando o registro geológico deixado em nódulos sedimentares de calcário e rochas carbonáticas no estado de Wyoming, nos EUA. Agora os dados precisarão ser confirmados mediante a análise de amostras de mesma idade recolhidas em outras partes do mundo.

Mas a capacidade de recuperação natural do planeta em uma época de mudanças muito mais dramáticas acentua o risco das manipulações climáticas defendidas pela geoengenharia - estudos apontam que essas manipulações podem transformar o aquecimento global em seca global e que, no final das contas, a geoengenharia pode amplificar os efeitos do aquecimento global.

(Fonte: Inovação tecnológica)

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